A importância da Medicina Individualizada frente a COVID-19

Entenda porque a pandemia do COVID-19 pode ser considerado o momento ideal para a implantação da medicina individualizada
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Entenda porque a pandemia do COVID-19 pode ser considerado o momento ideal para a implantação da medicina individualizada

Em dezembro de 2019, o mundo começou a enfrentar uma nova realidade. O surgimento de um novo vírus, e com ele, uma pandemia sem precedentes para a humanidade. A disseminação global do COVID-19 pode ser descrita como a pior pandemia da humanidade desde o século passado.

O primeiro momento foi de preocupação e reflexão: quais seriam os próximos passos? Quais são as formas possíveis de combate? Qual é o comportamento do vírus? Como é a fisiopatologia da doença? Foram meses de intenso estudo.

Diversos centros de pesquisa se uniram de maneira brilhante para produzir resultados. Nunca na história da ciência os resultados foram gerados e publicados tão rapidamente. A ciência avançou muito em apenas 6 meses.

A grande lição que vejo nesses meses de pandemia é que, sem dúvida, é a hora da medicina individualizada.

O vírus se comporta de maneira completamente diferente em cada indivíduo. Para a maioria das pessoas, passa completamente despercebido, em outros causa um desconforto breve e inconveniente, e para uma percentagem significativa, mas menor de indivíduos, é avassalador e letal. Portanto, a abordagem “um serve para todos” não é mais a melhor nesta pandemia.

A obesidade é uma das condições mais importantes que aumenta exponencialmente o risco de mortalidade de pacientes com SARS-CoV-2.

E esta é a segunda epidemia que enfrentamos no mundo hoje. Além da obesidade, diabetes, hipertensão, problemas cardíacos e outras doenças crônicas aumentam as complicações da doença.

Dados da literatura demonstram que existe uma ligação metabólica direta entre o estado de inflamação e a “tempestade de citocinas”, contribuindo para o declínio respiratório de COVID-19.

No contexto da medicina individualizada, a análise de polimorfismos genéticos pode ser uma ferramenta importante para a prevenção e possível agravamento da doença.

A análise do risco genético para obesidade, diabetes, hipertensão e deficiências nutricionais, pode auxiliar pacientes e profissionais de saúde na tomada de decisões quanto aos protocolos de saúde a serem adotados.

Abordagens baseadas em hipóteses para avaliar variantes de genes específicos e metabolicamente relevantes em indivíduos inscritos em intervenções nutricionais podem melhorar a saúde e prevenir complicações.

Nesse cenário, em que a ciência avança cada vez mais e com ênfase na genômica e na telemedicina, temos o momento ideal para a implantação da medicina individualizada.

O paciente quer cada vez mais assumir o controle e a responsabilidade por sua própria saúde, e o conhecimento de seu próprio DNA cria autonomia em um momento em que a saúde nunca foi tão importante.

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Sobre a autora: 

Lia Kubelka Fernandes de Carlos Back é graduada em Farmácia, mestre em Biotecnologia aplicada à saúde com área de concentração em Genética Molecular humana, doutora pelo Programa de Pós Graduação em Biologia Celular e do Desenvolvimento, onde estudou marcadores imunogenéticos para o desenvolvimento do Câncer de mama. Diretora Científica e fundadora da Biogenetika – Centro de Medicina Individualizada.

Referências:

[1] Vabret, N., Britton, G. J., Gruber, C., Hegde, S., Kim, J., Kuksin, M., … Samstein, R. M. (2020). Immunology of COVID-19: current state of the science. Immunity. https://doi.org/10.1016/j.immuni.2020.05.002.

[2] Kalligeros, M., Shehadeh, F., Mylona, E. K., Benitez, G., Beckwith, C. G., Chan, P. A., & Mylonakis, E. (2020). Association of Obesity with Disease Severity among Patients with COVID-19. Obesity (Silver Spring, Md.), 0–2. https://doi.org/10.1002/oby.22859.

[3] Wu, Z., & McGoogan, J. M. (2020). Characteristics of and Important Lessons from the Coronavirus Disease 2019 (COVID-19) Outbreak in China: Summary of a Report of 72314 Cases from the Chinese Center for Disease Control and Prevention. JAMA – Journal of the American Medical Association, 2019. https://doi.org/10.1001/jama.2020.2648.

[4] Zhou, F., Yu, T., Du, R., Fan, G., Liu, Y., Liu, Z., … Cao, B. (2020). Clinical course and risk factors for mortality of adult inpatients with COVID-19 in Wuhan, China: a retrospective cohort study. The Lancet, 395(10229), 1054–1062. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(20)30566-3.

[5] Qi, Q., Kilpeläinen, T. O., Downer, M. K., Tanaka, T., Smith, C. E., Sluijs, I., … Qi, L. (2014). FTO genetic variants, dietary intake, and body mass index: insights from 177,330 individuals. Human Molecular Genetics, 23(25), 1–12.

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