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À medida que a tecnologia avança, os softwares tem sido cada vez mais utilizados em diversas áreas, incluindo empresas com foco em medicina, biotecnologia e genética, e viabilizado o acesso a diagnósticos médicos.
No entanto, considerando que aplicativos médicos possuem grande impacto no bem-estar de um indivíduo, como podemos garantir a qualidade do software e, mais importante, a qualidade dos dados negociados nele?
Para responder a essas perguntas, compartilho seis princípios que aprendi ao longo dos últimos anos trabalhando com garantia da qualidade (do inglês: quality assurance ou QA), que podem ser aplicados tanto no ramo da saúde como em outras áreas:
1. A garantia da qualidade é cultural e é responsabilidade de todos
O analista de controle da qualidade não tem o papel de discutir qualidade com as equipes. Os resultados são de responsabilidade coletiva, uma vez que os defeitos afetarão todo o projeto. Delegar a tarefa para garantir a qualidade não é a melhor opção, pois muitas vezes gera redundância na operação e, nos piores casos, faz com que sua empresa perca a confiança do cliente. Um bom gestor enxerga toda a empresa como uma equipe e a entrega final como o produto.
2. A qualidade do código é essencial
Através de testes de unidade, os desenvolvedores devem garantir que o que eles codificam não impacte nenhuma outra parte do software em funcionamento. Cada parte do novo código que será integrada ao código de trabalho deve ser testada em unidade para garantir que faça o que foi projetado para fazer e que, as informações processadas sejam confiáveis. Tudo o que estiver interagindo com esse código precisa estar funcionando de acordo com as expectativas.
3. A automação é poderosa
Na área da saúde, lidamos com um alto fluxo de dados sensíveis, por isso é muito importante haver testes funcionais e de integridade automatizados. O analista de garantia da qualidade não terá sempre a disponibilidade de verificar todos os detalhes e todos os dados processados após a implantação. A automação liberta os analistas do trabalho repetitivo e proporciona um enorme impacto na qualidade.
4. Uma amostra do mundo real: o papel do teste do usuário
O teste do usuário desempenha um papel importante, pois consiste em uma simulação dos usuários finais onde é possível verificar os defeitos e melhorias no design que o analista de garantia da qualidade pode não ter, devido à falta de conhecimento específico.
5. Relatórios são amigos, você deve tentar fazer o seu
Use a análise de dados a seu favor. Analise o que está sendo testado, onde os defeitos recorrentes são mais prováveis de acontecer e onde os usuários têm mais dificuldade na usabilidade. Sintetizar esses dados é fundamental para ter uma visão geral e entender a qualidade do software, onde a equipe deve fazer mais esforços e o mapa de calor dos defeitos. Qualidade, além de evitar e detectar defeitos, também é o feedback para o projeto.
6. Deus está nos detalhes, e o diabo também
Preste muita atenção às informações do banco de dados e aos resultados após o processamento dos dados, ainda mais quando houver informações cruzadas e processadas.
O processo de garantir a qualidade começa com os requisitos do software e nunca para, mesmo quando o cliente já o utiliza. O controle de qualidade é crucial para uma empresa garantir a usabilidade do software, a integridade dos dados e seu valor para o usuário, especialmente quando a empresa é uma referência mundial no campo, como o Varstation na área da genômica.
Aprenda mais sobre o desenvolvimento do Varstation em: O impacto da computação no desenvolvimento da genética.


Autora: Mariana Gervino (Quality Assurance Analyst)