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Você já se perguntou quais serão os impactos de tecnologias inovadoras, como o metaverso, na saúde humana? Cientistas têm trabalhado para responder essa pergunta de maneira prática, nos oferecendo um vislumbre sobre o futuro dos cuidados com a saúde.
Acompanhe nosso texto para entender o que é o metaverso e quais são algumas das suas aplicações na área da saúde, o que podemos esperar para o futuro e o que já está sendo realizado hoje!
O que é metaverso?
Um metaverso é um ambiente virtual destinado a combinar a realidade digital com a realidade física. Quando falamos em ‘metaverso’ não estamos nos referindo a um site ou software específico, mas a um conjunto destes, onde pessoas podem interagir em 3 dimensões por meio da internet e da realidade estendida.
O termo “metaverso” foi originalmente cunhado por Neal Stephenson, em 1992. No livro “Snowcrash”, este autor descreve um mundo paralelo (o metaverso), no qual as pessoas utilizam avatares para interagir entre si e explorar locais virtuais.
Os “mundos virtuais” dos metaversos constituem uma tecnologia que pode ser utilizada para diversos fins, sendo mais conhecida por sua aplicação enquanto rede social. Apesar disso, cientistas já prevêem o uso do metaverso na saúde humana, conforme veremos na sequência.

Metaverso na saúde: 3 novidades
À medida com que os metaversos se consolidam, novas possibilidades se edificam para todos os tipos de setores. Essa é uma realidade que vem gradualmente sendo incorporada à área das ciências da saúde, conforme veremos na sequência.
Segundo Taylor e Soneji (2022), as aplicações do metaverso na área da saúde, especificamente em modelos de bioinformática, contempla ao menos duas grandes faces: a das oportunidades colaborativas e a da visualização de dados.
De forma sucinta, algumas das aplicações do metaverso na saúde humana em geral são:
- Visualização de dados complexos, de forma integrada e tridimensional;
- Encurtamento das barreiras físicas/geográficas;
- Treinamentos mais eficazes dos profissionais da saúde;
- Tratamentos ainda mais precisos e personalizados;
- Interação social entre indivíduos de distintos lugares, afetados por uma mesma condição de saúde.
#1. Melhor visualização de dados na genômica
A possibilidade de visualização de dados em um espaço dispostos tridimensionalmente pode auxiliar pesquisadores e profissionais da saúde a interpretarem dados ômicos de maneira integrada.
Ao unir ensaios de célula única com a realidade estendida, será possível visualizar o perfil epigenético/transcriptômico de células individuais a partir de mapas tridimensionais da mesma.
Estas ferramentas, embora pareçam pertencer a um futuro longínquo, já estão em desenvolvimento hoje. O singlecellVR, por exemplo, conta com modalidades de análise que incluem abordagens em clustering e inferência de trajetórias por meio da modelagem da velocidade de RNA.
#2. Diminuição de espaços geográficos
A pandemia de COVID-19 forçou o distanciamento social, o que impulsionou o desenvolvimento do setor de telemedicina. Muitos usuários optaram por realizar consultas online, algo que já era idealizado para indivíduos que vivem em regiões de difícil acesso ou com baixa disponibilidade de serviços de saúde.
Neste sentido, o metaverso pode tornar esse formato de atendimento em saúde mais inclusivo e acolhedor. Um exemplo disso, é a utilização de óculos de realidade aumentada que permitirão um encontro entre o paciente e o médico em um ambiente virtual que simula o presencial.
No futuro, equipamentos de escaneamento tridimensional serão capazes de reconstruir avatares com alto grau de similaridade com o corpo de pacientes, quando não acompanhados de exames de imagem que permitam a investigação de órgãos.
No Hospital Israelita Albert Einstein, essa transformação já começou. Ao ofertar/gerenciar serviços de saúde em regiões de difícil acesso, como em Almeirim, no Pará, o HIAE se coloca mais uma vez na vanguarda das inovações tecnológicas focadas no cuidado humano.
#3. Tratamentos mais personalizados
Um impacto mais profundo do metaverso na saúde está relacionado a casos que envolvam procedimentos cirúrgicos de alta complexidade, bem como com as estratégias diagnósticas e de tratamento a serem empregadas para cada caso.
Com as ferramentas necessárias disponíveis, cirurgiões poderão ensaiar uma operação inúmeras vezes de forma digital, até que obtenham os resultados esperados e possam, então, realizá-la de fato.
Além disso, com as melhorias computacionais que o metaverso exigirá, novos modelos baseados em inteligência artificial poderão ser postos em prática. Computadores mais capacitados serão capazes de cruzar dados de maneira ampla para otimizar terapias medicamentosas e prever resultados de tratamentos oncológicos.
Dessa maneira, a medicina de precisão será profundamente impactada por estes avanços, muitas vezes que algumas dessas abordagens são atualmente limitadas pela capacidade computacional disponível.
O que devemos esperar do Metaverso na saúde para os próximos anos?
As possibilidades oferecidas por um metaverso na saúde são inúmeras e ainda difíceis de serem preditas com exatidão. Algumas delas são dadas como certas, como é o caso da integração e visualização de dados, enquanto outras ainda parecem depender de outros avanços tecnológicos.
O fato é que, ao confluir o metaverso com os serviços de saúde, aspectos destes serão amplamente beneficiados, seja por parte dos provedores, seja por parte de quem usufrui deles.
Não só a prática dos serviços de saúde será impactada pelo uso da realidade estendida, mas também o ensino dela: treinos em modelos virtuais e o aprendizado da integração de dados complexos certamente fará parte do currículo dos cursos de (pós) graduação na área da saúde.
Conclusão
O metaverso é um espaço virtual colaborativo, marcado pelo uso da realidade estendida e popularmente conhecido pela presença de avatares tridimensionais que representam pessoas reais.
Ao falarmos na evolução das possibilidades ofertadas pelo metaverso na saúde, é importante ter em mente que elas são acompanhadas pelo desenvolvimento de múltiplas tecnologias, que envolvem, por exemplo, maiores capacidades computacionais e equipamentos de imagem.
Apesar disso, muitas destas propostas inovadoras já estão sendo postas em prática hoje. Metaversos desenhados para a visualização de dados ômicos estão em desenvolvimento e não demorarão para se tornar uma realidade entre cientistas e profissionais da saúde.
Além disso, metaversos ideais viabilizarão outras abordagens em saúde no futuro, o que inclui novas facetas para a telemedicina e também para tratamentos personalizados, perpassando terapias medicamentosas, oncológicas e cirúrgicas.