Trabalhar no ramo de tecnologia sendo mulher vem com uma série de obstáculos, como a baixa representatividade e menores salários.
Em 2018, o Instituto Brasileiro de Tecnologia e Estatística (IBGE) mostrou em uma pesquisa que apenas 20% do mercado de TI era ocupado por mulheres e que os salários eram 34% inferiores aos dos colegas do sexo masculino, independentemente da escolaridade.
Esse cenário não é exclusivo do Brasil e nem mesmo do ramo tecnológico. Na lista das 500 maiores empresas mundiais, apenas 15 delas possuem uma mulher como CEO, mostrando que ainda há um longo caminho a ser percorrido.
Como se fatores externos não bastassem, muitas vezes temos que lidar com questões internas de confiança e biases que nem nos damos conta que temos e que levam tempo para serem superados. Certa vez, participei de um evento de liderança feminina, e um dos exercícios que fizemos consistiu em dizer imediatamente e em voz alta se a palavra que aparecia na tela estava mais associada ao gênero masculino ou ao feminino. À medida que o intervalo entre elas foi diminuindo, vimos que a associação entre palavras que lembravam “família” e o gênero feminino foi aumentando, assim como palavras que lembravam “trabalho” e o gênero masculino. Em um momento, eu mesma associei “reconhecimento” ao gênero masculino.
Quando falamos sobre inovação, é preciso explorar novos paradigmas e errar com eficiência, sempre em busca das melhores soluções. Esses ideais se encaixam perfeitamente com ambientes de trabalho plurais.
Trabalhar com uma equipe com perfis e experiências diferentes aumenta as chances de ter um time qualificado e completo, além de permitir que a solução final do produto leve em consideração mais pontos de vista.
E por que é importante investir na diversidade desde o início? Empresas que já tem uma equipe estabelecida e pouco diversa encontram mais dificuldades de implementar esse tipo de mudança em paralelo com seus processos de desenvolvimento.
Aqui na VarsOmics temos esse ideal bem estabelecido. Atualmente, há mulheres em todos os times, sendo que temos duas no time de desenvolvimento e duas são Heads de seus grupos. O impacto disso vai além dos números: internamente, é motivador saber que esse tópico é tratado com importância e, externamente, temos a chance de mostrar para gerações futuras que existem opções para a mulher na área de tecnologia.
Minha experiência pessoal tem sido muito positiva e gratificante. Ser estimulada a sair da minha zona de conforto teve impactos positivos na minha autoconfiança e a conseguir trabalhar pontos da minha personalidade que há um ano passariam despercebidos. E claro, ter no grupo outras mulheres com quem partilho muito do meu background teve uma diferença incrível.
Estamos sempre melhorando juntos e esse é apenas o começo!


Autora: Carolina Nakamura (Engenheira de Software na VarsOmics).
Gostei bastante do conteudo 🙂 Queria saber mais, como
faço?